quarta-feira, 18 de abril de 2012

De sonho, sóis.

Como um corpo nú de coração
Nenhum-lugar é o melhor lugar
Caminhando no tempo quando, riscando o céu de rosa-quase-azul
Macacando de árvore em árvore
No aguardo de um instante que foi negado em tempo cedo
"Perdera mais aquele dia encantador que, bem usado, poderia, quem sabe?"
De ganho só. Só ilusão de entre perguntas, como um corpo nú
de coração.
Voz vai, voz vem
Um tanto suga o suor frio e as poucas palavras
Terra já conhece o gosto dos pés
Pés que correm a nenhum-lugar, que é o melhor lugar.
Boca canta o que o corpo se nega em dançar
Maldição do descompasso
Nada pior se inventara pra alma dançante.
Só não tenha dó, só não me faça um nó, só não se faça de bocó,
só não se for só.

Terra me cai de joelhos
Parece que de prece e pressa me arranco o sol
Puxando o fio da noite pra raiar o dia
Mas então São Rafael, não me traga um dia
de sonhos que se sonharão
sóis, só.

Suspiro 1. A visão
Suspiro 2. O coração
Suspiro 3. O tremer das mãos.

Carmo 1. O beijo do olá
Carmo 2. O beijo da saudade
Carmo 3. O beijo do eu te amo
Carmo 4. O beijo do não se vá nunca mais
Carmo 5. O beijo do case-se e tenha filhos comigo
Pausa.
Pés correm a nenhum-lugar que é o melhor lugar
O sol adormeceu, então o brilho escuro
Pássaros não cantam
À espera do amanhã, de tempo quando
Ele voltará
Puxando o fio da noite pra raiar o dia
...

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